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Insights da palestra da Ana Paula Dahlke, editora do portal Economia SC, na ExpoGestão 2023

  • Foto do escritor: Davi Paes e Lima
    Davi Paes e Lima
  • 14 de jul. de 2023
  • 6 min de leitura

Demorou, mas saiu. Quero compartilhar alguns bons insights que anotei ao assistir presencialmente a palestra da jornalista e empresária Ana Paula Dahlke durante a programação da ExpoGestão 2023, em Joinville. Ela, mesmo tão jovem, já tem muita história para contar e boas lições para nos inspirar.


  • No ano de 2019 a jornalista natural de Blumenau se viu diante de uma grande dúvida ao concluir um estágio e ficar disponível para o mercado de trabalho: tentar carreira no eixo Rio SP? Apostar no seu próprio negócio? Ou continuar no mercado regional, buscando algum emprego nos veículos já existentes - todos com poucos (e já ocupados) espaços destinados à editoria de Economia.

  • Foi aí que ela confiou na sua intuição e acreditou na vontade de “fazer além”, de buscar algo diferente do que já existia disponível até então, e apostou no seu tino de empreendedora - e não apenas jornalista, que são muitas vezes “condenados” a ficar presos/reféns nas redações.

  • Em 2019 fundou o Economia SC, portal com foco em notícias de economia, negócios, inovação, carreiras e sustentabilidade. E foi onde ela se deparou com muitas possibilidades, um verdadeiro “oceano azul”, fazendo alusão ao livro “A Estratégia do Oceano Azul”, que explora a vantagem de investir em mercados inexplorados.

  • Outro ponto favorável e facilitador foi já ter bagagem de jornalismo especializado, nichado, onde tinha uma maior identificação - e, cá entre nós, ter tesão pelo que se faz já é grande parte do segredo do sucesso. Ana teve uma experiência anterior como redatora do portal Noticenter.

  • Também teve a certeza de apostar no jornalismo online em função do que ela chamou de “declínio do jornalismo impresso”, que percebemos nos últimos anos com grande força em todo mundo - e aqui em SC isso só caiu a ficha para muitos quando os maiores jornais de circulação regional, os três da afiliada Globo em SC, o Diário Catarinense, o Santa (Blumenau) e o AN (Joinville), deixaram de ser impressos e circular diariamente, passando a ser somente uma revista semanal.

  • Ana pontuou que com a pandemia o consumo de conteúdo digital se intensificou ainda mais; pela questão do distanciamento social e até mesmo horas ociosas, o público passou a ficar ainda mais conectado, mais tempo online, e isso - entre outros fatores - contribuiu para acelerar negócios digitais; e com os veículos de comunicação que souberam surfar a onda e engatar de vez no digital não foi diferente, acelerando o crescimento de muitos portais e criadores de conteúdo digital.

  • Na palestra, também destacou que há hoje - também com mais intensidade de 2020 para cá - uma grande pluralidade de canais além dos tradicionais e até mesmo fugindo um pouco das redes óbvias (Facebook, Instagram…), favorecendo o crescimento de podcasts, serviços de streaming, grupos em apps como Telegram, TikTok e até mesmo o OnlyFans (aqui a Ana mencionou o caso de um museu que está atualmente usando a plataforma destinada a conteúdo adulto para divulgar suas obras de arte, em função da restrição obtida em outros espaços como Youtube). Ou seja, são inúmeras possibilidades de canais para nutrir e compartilhar conteúdo.

  • Destacou o surgimento e grande alcance de canais que surgiram para se comunicar com comunidades bem específicas (novamente a questão de escolher um nicho de mercado), mencionando outros cases de sucesso de Santa Catarina como os podcasts Jogando para a Plateia e Blumencast e o portal SC Inova, editado pelo jornalista Fabricio Umpierres.

  • Ela usou a metáfora do filtro de café (aproveitando para destacar a sua parceria com a rede Café Cultura) para fazer alusão ao fato de cada vez mais estarmos filtrando quais conteúdos, quais notícias, desejamos consumir. E o Economia SC, no caso, funciona como um “filtro”, fazendo uma curadoria mais precisa de notícias que sejam de fato relevantes dentro do cenário econômico de SC.

  • Fez link do êxito do portal por mapear bons nomes do mercado para serem “creators”, como os colunistas fixos que escrevem com assiduidade sobre diferentes temáticas - mas todos dentro do ecossistema eleito por Ana Paula como o norte do portal.

  • E o “pulo do gato” que inclusive deu título à sua palestra na ExpoGestão 2023: como a editora do portal fez o Economia SC tornar-se, em apenas três anos, o veículo de comunicação de Santa Catarina com o maior número de seguidores no Linkedin? A empresária falou que percebeu que redes como o Facebook já pouco conversavam com a sua comunidade e quase nada convertiam em acessos ao portal, e no Linkedin - além de já ser uma rede social com foco em negócios - ela também poderia fazer novas conexões (do seu próprio perfil pessoal com empresários, que consecutivamente poderiam vir a seguir a página do Economia SC).

  • Hoje o Economia SC já ostenta mais de 50 mil seguidores no Linkedin - mais do que o dobro do segundo colocado, levando em consideração os veículos de comunicação do nosso estado. O que mais espanta (ao menos a mim) é que esses outros veículos, tão mais antigos e tradicionais, com tanta expertise e tempo de mercado, não enxergaram a mesma rede social como uma oportunidade - e seguiram focando em alimentar somente o Facebook, Instagram e (alguns) o Twitter.

  • OK que o Linkedin tem mais foco em negócios, mas mesmo assim grande parte dos veículos poderiam ao menos filtrar certas notícias - que dialogam mais com esse universo - para nutrir suas páginas na rede. Não dá para ignorá-la. Portais pequenos que ainda não o fazem dá para entender, pela questão da falta de braço para alimentar tantos canais… mas e os grandes veículos, por que ainda desdenham do Linkedin?

  • E até mesmo comparado a veículos nacionais, como o portal NeoFeed Brasil, por exemplo, o Economia SC se destaca: tem quase o dobro de seguidores no Linkedin. É, no mínimo, um fato curioso e a ser analisado com critério por essas mídias.

  • Qual o segredo: Ana Paula Dahlke deixou claro que não tem receita de bolo para fazer um perfil ou página corporativa bombar no Linkedin. Ela obteve bons resultados na tentativa e erro, literalmente esmiuçando a plataforma e aproveitando todos os seus recursos. Mas ela destacou 3 pontos: ser autêntico (não adianta criar personagem); fazer conexões de qualidade (quem faz sentido para mim e para a minha empresa estar entre as conexões que estabeleço na rede?); produzir e compartilhar conteúdos de qualidade (neste ponto ela deu o exemplo dos insights que ela vem compartilhando com certa frequência dos livros que tem lido. Compartilhar aprendizados, lições e - no caso dela - tópicos-chave que mais se destacaram em um livro inteiro são conteúdos de grande valor e que costumam engajar.

  • Para aumentar seguidores: uma das dicas que ela compartilhou é que cada administrador de uma página corporativa no Linkedin recebe da rede um crédito de 250 convites por mês, para que o usuário possa ir enviando convites bem certeiros, personalizados, para quem de fato faz sentido e tem potencial de passar a seguir sua página.

  • Já ouviu falar em Media Training? Então, a Ana na ExpoGestão em sua palestra praticamente deu um guia básico de como os empresários (ou seus porta-vozes nas empresas) podem se relacionar com a imprensa de uma forma mais certeira, para colher bons resultados. Isso no caso da empresa não contar com o atendimento de uma agência especializada, como uma Assessoria de Imprensa. Afinal, como ela mesma constatou em suas pesquisas no Linkedin, um número significativo de empreendedores e líderes de sucesso não hesitam em postar em suas redes sempre que conquistam um espaço em veículos de comunicação com credibilidade, como a Exame (exemplo citado por Ana).

  • Como ter uma notícia da minha empresa na mídia? Como me tornar fonte de matérias? É preciso saber vender seu negócio, inclusive para jornalistas. Explicou o que é o termo “LIDE” no jornalismo, para facilitar o contato entre empresários e jornalistas, para já enviarem textos - ao abordar algum veículo, mesmo que informalmente - que tragam no primeiro parágrafo as respostas básicas para “O quê?”, “Quem?”, “Quando?”, “Onde?”, “Como?” e “Por que?”. Isso para que suas abordagens sejam mais certeiras e despertam o interesse do editor que está recebendo a pauta.

  • Outro toque interessante: assim como você dá aquela espiadinha que às vezes se tornam horas no Instagram, dedique-se a cultivar relacionamentos pelo Linkedin. Isso inclui: curtir posts, comentar, compartilhar conteúdos da sua área e até mesmo criar artigos. E não esqueça: um conteúdo de qualidade é mais valioso do que compartilhar vários que não agregam em nada. Com essas práticas, segundo Ana, cada vez mais você vai gerar engajamento na sua rede.


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