Além dos tratamentos injetáveis mais disseminados pela popularização da harmonização facial, há uma série de tecnologias em prol da pele e cabelos mais jovens e saudáveis
Dados do Ministério da Saúde do Brasil apontam que até 2030 o país terá mais idosos do que crianças entre zero e 14 anos. Isso ocorre por conta da expectativa de vida do brasileiro cada vez mais alta, enquanto as taxas de natalidade são as menores dos últimos anos. Enquanto, por um lado, a notícia de que a nossa geração viverá mais é extremamente animadora, por outro, é preciso que iniciemos cada vez mais cedo tratamentos para o gerenciamento do envelhecimento, que vão muito além da estética e buscam, também, mais saúde.
De acordo com a médica cirurgiã geral, pós-graduada em Dermatologia e especialista em procedimentos faciais, Carol Berger, estudos indicam que é a partir dos 30 anos que começamos, de fato, a envelhecer. “É um fenômeno natural chamado ‘imunossenescência’. É a partir desta idade, por exemplo, que cai a produção de colágeno, responsável por conferir saúde à pele, dando firmeza e elasticidade, além de ser componente de tecidos importantes como tendões, ligamentos e músculos”, explica a médica de Florianópolis.
Hoje, é muito comum que se ouça falar, de forma especial, sobre dois procedimentos que ajudam no gerenciamento do envelhecimento; no entanto, de acordo com a especialista, existem pelo menos outros 10 que podem estar na lista das pessoas que desejam manter a pele jovem por mais tempo. “Fala-se muito sobre a toxina botulínica, o famoso ‘botox’, que paralisa as rugas de expressão, e sobre o preenchimento com ácido hialurônico, utilizado para reestruturação e volumização do rosto, porém há uma gama enorme de procedimentos que podem ser feitos”, avalia.
A doutora Carol pontua, também, que nenhum é melhor ou serve de substituto do outro. “A sinergia deles e a indicação específica em cada caso é o que trará os melhores resultados para cada paciente”, completa.
Confira os 10 procedimentos que podem auxiliar no gerenciamento do envelhecimento:
1) Bioestimuladores
De acordo com a médica Carol Berger, os bioestimuladores injetáveis estimulam as células responsáveis pelo colágeno a produzir mais. “Este procedimento pode ser feito anualmente nos terços médio e inferior do rosto, pescoço e colo, além de abdome e glúteos”, acrescenta.
2) Fios de bioestímulo
Os fios de bioestímulo também auxiliam na produção de colágeno. Segundo a especialista, diferente do bioestimulador, que é uma substância semilíquida e “se espalha“ no local injetado, os fios têm ação mais localizada e específica. “São excelentes para a região das pálpebras inferiores, região da ruga de bravo (glabela) e outras ruguinhas finas que não podem ser tratadas com botox ou bioestimuladores injetáveis", aponta.
3) Ultrassom microfocado
Esta é, conforme a médica, uma tecnologia que atua fazendo microcoagulação profunda nos tecidos, de acordo com as camadas da pele, provocando retração imediata e estimulando a produção de colágeno por meio do calor entregue nessas camadas. “Pode ser feito em qualquer parte do corpo e recomenda-se uma sessão a cada seis meses. Após atingido o resultado esperado, podem ser feitas manutenções anuais”, sugere.
4) Lasers ablativos
O laser de CO2 é o precursor desta tecnologia, que já apresenta outras opções, como o laser de érbium, que, de acordo com Carol, age por meio da atração pela água, tendo efeito mais específico e com menor tempo de recuperação. “Sua aplicação é indicada para rejuvenescimento, manchas, poros dilatados, controle de oleosidade da pele e cicatrizes, como as de acne e cesárea, além das estrias”, exemplifica a médica de Florianópolis. 5) Luz intensa pulsada
A luz intensa pulsada é uma tecnologia que, sem agredir a pele, emite uma fonte de energia luminosa agindo seletivamente na estimulação do colágeno e sobre pigmentos. “Para cada objetivo é programado um comprimento de onda, frequência e potência específicos. A luz atua sobre a melanina e hemoglobina sem lesar a pele superficialmente e pode ser utilizada para tratar manchas, rugas finas, olheiras, sardas, sinais de envelhecimento, cicatriz de acne, rosácea e depilação definitiva”, soma. 6) Microagulhamento robótico
O microagulhamento permite a realização de pequenas micro perfurações superficiais na pele, que já eram realizadas por profissionais de forma manual. Agora, segundo a médica, o microagulhamento é feito de forma extremamente precisa e específica por meio dos parâmetros setados digitalmente no aparelho. “São utilizadas agulhas de ouro e a cada ‘disparo’ é emitida uma radiofrequência. Este procedimento é utilizado para tratamentos de rejuvenescimento, cicatrizes profundas de acne, e drug delivery (quando perfuramos a pele para facilitar a entrega de substâncias”, complementa.
7) Fios de tração
Este é mais um procedimento que estimula a produção de colágeno. Feitos de material bioabsorvível, são indicados em casos em que há flacidez moderada em pacientes de meia idade que ainda não querem se submeter aos procedimentos cirúrgicos. “O efeito é transitório e depende de diversos fatores, como a qualidade e peso da pele, número de fios colocados e grau de flacidez”, explica.
8) Bioremodeladores
Recentemente lançado no mercado, o bioremodelador é, segundo a especialista, uma substância injetável com alta concentração de ácido hialurônico puro, que age na matriz dérmica estimulando a elastina e quatro tipos diferentes de colágeno. “Ele melhora as rugas já existentes e desacelera o envelhecimento e flacidez das regiões, podendo ser usado ao redor dos olhos, pescoço e colo”, antecipa.
9) Tratamentos capilares
A queda de cabelo é multifatorial, possui diversos diagnósticos e é mais um incômodo a muitas pessoas durante o processo de envelhecimento. A partir de seu diagnóstico, Carol Berger conta que consegue tratar com infusão de medicamentos no couro cabeludo (MMP ou intradermoterapia), além de capacetes de luz de LED - que fazem fotobiomodulação dos folículos pilosos - e microagulhamento robótico, auxiliando no crescimento.
10) Colágeno oral
Por fim, a médica lembra que também é possível tomar colágeno de forma oral, porém, segundo ela, há uma ressalva. “Tomar colágeno via oral dá substrato para o organismo, mas não induz essa produção. Tomar colágeno sem fazer procedimentos que ‘ativam’ as células é pouco efetivo para controlar o envelhecimento”, revela.
Médica também faz alerta
Carol Berger alerta que é muito importante que as pessoas, ao buscar estes procedimentos, fiquem atentas a algumas questões. “Há muitos profissionais que têm realizado procedimentos sem a formação adequada e, inclusive, de forma clandestina. O paciente precisa desconfiar quando o valor dos procedimentos for muito barato, porque todos aqueles que envolvem tecnologias têm alto custo”, enfatiza.
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